Para Luis Antonio Torelli, presidente da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), o crescimento do mercado de venda porta a porta se explica pelo aumento do poder aquisitivo das classes C e D. “São os nossos principais clientes”, diz. Luiz Serrano, da Avon, endossa o diagnóstico, citando uma pesquisa do Instituto Pró-Livro segundo a qual 78% dos brasileiros que leem livros pertencem a uma dessas duas classes. Vendedores de livros, porém, encontram todo tipo de gente em seu trabalho. “Vemos tanta coisa diferente num dia que devíamos andar pela cidade com uma câmera, para registrar tudo”, diz Rosana Aquino Andrade, vendedora da Avon no Rio. A clientela de Rosana é principalmente de classe média alta, e uma de suas maiores freguesas é a “parapsicóloga e terapeuta oriental” Hrammy Belleno Feijó, dona de um consultório em Copacabana. Adepta da crença de que “a melhor terapia é dar, porque é dando que se recebe”, no Natal Hrammy comprou de uma vez 50 livros para presentear os amigos.
Fonte: O Globo