Entre janeiro e fevereiro, eles lotam algumas vans com até 18 pessoas cada uma. Partem de Aracaju, a capital de Sergipe, rumo ao Norte, ao Sul, ao Sudeste e ao Centro-Oeste do País. Vão parando de cidade em cidade. Às vezes, dormem em trailers, outras vezes em hotel e em certas cidades alugam casas onde podem ficar por um mês inteiro. Vão de casa em casa oferecer livros. Vendem em diversas parcelas e têm entre seus clientes principalmente pessoas pobres, que nunca entraram e talvez nunca entrem em uma livraria em suas vidas. Alguns ficam pelo caminho ou voltam mais cedo pra casa. Mas a maioria agüenta firme e, em dezembro, às vésperas do Natal, volta para a família, com a sensação do dever cumprido.
São homens e mulheres do livro que, anonimamente e sem muita projeção, desempenham um papel silencioso e extraordinário em favor da leitura. Para se ter uma noção disso, basta dizer que esse pequeno exército de 30 mil vendedores visita, a cada mês, de 3 a 4 milhões de casas pelo país afora. Para falar de livros…
Fonte: Galeno Amorim