O Rio Grande do Sul não está entre os três estados mais ricos do país. Sua capital, Porto Alegre, com sua calma provinciana, afasta-se da efervescência cultural metropolitana de Rio e São Paulo. Porém, a sociedade conservadora que há pouco mais de um século zombava das “excentricidades” artísticas de um de seus escritores mais originais, o dramaturgo Qorpo-Santo, vem agora se firmando como um polo literário sólido, que há muito já ultrapassou os limites dos Pampas. O surgimento e a projeção nacional de novos escritores locais (Letícia Wierchowski, Daniel Galera, Paulo Scott, Clarah Averbuck, entre outros) impressionam as editoras do País, que enxergam na recente tradição literária uma fonte para o garimpo de talentos. “Parece-me que existem razões históricas para que hoje a sociedade rio-grandense seja relativamente mais literária do que outras regiões”, observa Luciana Villas-Boas, editora da Record.
Fonte: Jornal do Brasil